terça-feira, 14 de agosto de 2018

Princípios da Revolução Francesa na Idade Moderna

Holanda Idade Moderna
Qual a Relação da Revolta Aristocrática e da Revolução Burguesa Com a Crise Vivida Pela França em 1789? O Que Representou Essa Crise Para o Antigo Regime? Em Que Níveis Ocorreram a Revolução na França?
Nilo Odalia, no oitavo capítulo do livro História da Cidadania (organizado por Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky; 6a. ed.; São Paulo; Contexto; 2013; 573 páginas), defende que os muitos processos históricos, cujas origens remontam ao final da Idade Média e início da Idade Moderna (séculos XV e XVI), depois de passar por Reforma e Contrarreforma, culminam nas revoluções burguesas do século XVII e XVIII, destruindo o Estado Monarquista Absoluto. Por sua vez, origina o longo processo histórico, ainda em andamento, de conquista de direitos civis, políticos e sociais por parte de todos os seres humanos sem nenhuma discriminação de gênero, sexual ou étnica.

Na França 1789 foi um ano turbulento, pois se iniciava a Revolução que destruiu o Antigo Regime e sacudiu as bases da sociedade ocidental da época e, antes de ser um fenômeno puramente francês, a Revolução pertenceu ao mundo.
A Revolução Francesa foi um fenômeno complexo que incluiu várias revoluções no processo revolucionário e, essas revoluções, se ligavam a diversas camadas sociais. Inúmeros historiadores apontam a Revolta Aristocrática como um movimento cujo desenvolvimento acabou favorecendo a Revolução Burguesa.
Porém, desde 1789 também se iniciou a Revolução Popular de caráter urbano e tendo em Paris a vanguarda da massa pauperizada. Houve ainda a Revolução Camponesa cuja violência acarretou o Grande Medo, sendo dirigida contra a opressão e os privilégios feudais, mas tendendo a esvaziar-se na medida em que se fez a partilha das grandes propriedades feudais o que permitiu a formação de numerosa classe de pequenos proprietários rurais.
BURGUESIA FRANCESAjpgNo quadro geral das Revoluções Burguesas, a Revolução Francesa deve ser entendida como a ideologia revolucionária burguesa cuja direção do movimento sempre esteve em suas mãos e o Estado criado atendia rigorosamente aos seus interesses econômicos. Consequentemente, ainda que não tenha sido exclusivamente burguesa, a Revolução Francesa o foi na sua essência, pois afinal estávamos na era da “burguesia triunfante”.
A Revolução Francesa representou a crise final do Antigo Regime cujas estruturas foram substituídas por outras apropriadas ao Estado burguês capitalista. A crise ocorreu em três (3) níveis: _ o econômico, o social e o político.
  • crise econômica foi estrutural e conjuntural e, do ponto de vista estrutural, representou o colapso do feudalismo, subvertido pelo crescimento demográfico e pelo desenvolvimento de forças de produção capitalista. Assim foi que a base da economia francesa (agricultura), agravada pelo clima que acarretou más colheitas e aumentou os preços, trouxe a miséria às classes populares. Além disso, um desastroso tratado comercial com a Inglaterra (que assegurava baixos direitos de importação aos tecidos e produtos metalúrgicos ingleses em troca de tarifas preferenciais ao vinho francês exportado para a Inglaterra) afetou profundamente a indústria manufatureira francesa, incapaz de concorrer com a inglesa já na fase da Revolução Industrial. Paralelamente, a monarquia se debatia em grave crise financeira devido aos gastos com as guerras e, consequentemente, Luís XVI convocou os Estados Gerais a fim de buscar uma solução para a crise financeira.
  • crise também foi social, pois a estrutura social legal (a sociedade estava dividida em três Estados: o Clero – integrando o Primeiro Estado – a Nobreza – formando o Segundo Estado – e o Povo, comportando inúmeras classes reunidas no Terceiro Estado) não correspondia mais a realidade existente. Chefiado pela burguesia, o Terceiro Estado contrapunha-se aos privilégios das classes parasitárias. Nos campos, os camponeses tinham que pagar tributos absurdos ao Clero (dízimo) e à decadente nobreza. Nas cidades, perambulava pelas ruas uma massa de desempregados que sustentavam as grandes jornadas populares da Revolução.
  • Crise política, pois o Absolutismo se mostrava incapaz de conter a aristocracia e de proceder as reformas necessárias. Consciente do seu poder econômico, a burguesia ambicionava o poder político e as circunstâncias favoreciam seus intentos, quando Luís XVI convocou os Estados Gerais o que proporcionou o início da Revolução.
x

Sem comentários:

Enviar um comentário

  PAIDEIA: DO CAOS À SIMPLIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO A justificação veio dos principais gestores de alguns bancos da nossa praça, segundo ...