segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

CONSTATAÇÕES FEITAS… ENTÃO MÃOS A OBRA NO DIA ÚTIL SEGUINTE...

O debate está lançado! Se não foi intenção, então o bom será saber que o conteúdo foi provocador, permitiu que com alguma ponderação, dúvidas fossem levantadas sobre a real capacidade do saber fazer de “JLO” para a realização dos sonhos e ambições dos angolanos.
A percepção com que fico e, não muito diferente das constatações anteriores, deduzidas de pronunciamentos públicos do passado, é de que, no final de contas, “não somos ingénuos”.
Sabemos sim e, com toda a profundidade que se impõe, quais são os nossos reais problemas. Que é pior, também já sabemos o que fazer, sabemos o caminho a percorrer e, por antevisão, sabemos quais os potenciais resultados… Então, meus senhores, respondam-me as seguintes questões simples: O que falta para que Angola se torne num espaço bom para se viver? O que falta para que "a vida comece nos municípios", o conhecimento seja valorizado, a corrupção seja combatida e para que deixemos de acreditar que sem abertura de mercado com a consequente quebra de todo um composto burocrático, seremos felizes?
Definitivamente é chegado o momento de sairmos do “muro das lamentações” – não interessa quem vai liderar o processo… o indivíduo e a organização a que pertence não são os mais importantes – antes porém, passemos para acções práticas onde o cidadão passe a ser o centro das atenções!
Deduzido do discurso, a lista de constatações é pequena mas ilustra os indicadores de mudança necessários para a formatação de um ambiente bom para se viver:
A Governação participativa – tem no seu centro o processo de desconcentração e descentralização administrativa. Observada a vista desarmada, o seu reflexo tem implicações fortes nas práticas de boa governação, na distribuição espacial da população, na agenda de promoção do crescimento económico equilibrado e, consequentemente, na diminuição das assimetrias regionais. Tudo isso se constitui, actualmente, numa das maiores causas das desgraças que o nosso país vive. Não será possível crescer de forma equilibrada concentrando numa sala um grupo de iluminados que pensam e decidem o que é melhor para o país como um todo;
O Combate à corrupção – é dos grandes desafios desse país, não fosse as perdas estimadas em perto de USD 1,9 mil milhões, acrescida de diferentes transtornos com imagem e beliscos na qualidade do bem-estar das famílias angolanas. Legislações existem, o que falta são atitudes, comprometimento e a garantia de punição ao infractor sob pena de um dia nos vermos isolados do mundo;
Valorização dos quadros/ conhecimento – tem sido mais fácil a divulgação do discurso falacioso de que “esse país não tem quadros”. Na verdade um absurdo! Não podemos pensar em aumentarmos o número de quadros, sem que valorizemos os que já existem. Uma boa parte de quem detém o conhecimento é desprezado e muito pouco reconhecido – preferimos nos últimos anos desprestigia o mérito em detrimento da valorização da bajulação – as classes técnicas são as que menos ganham, ou seja, os salários são caracterizados por gente de primeira, segunda e os sem caracterização. É preciso mudar isso, é preciso fazer do país uno e indivisível.
A nossa Educação está doente! Não podemos continuar a cometer o erro de fazer do professor um agente exclusivo do processo de ensino-aprendizagem... Olhar para educação de forma isolada e essencialmente como uma rubrica orçamental na construção social de Angola, afigura-se um grande erro que a sociedade angolana não pode continuar a cometer.
A quebra dos “egos” e abertura do mercado - é urgente e extremamente importante. O exemplo mais desgraçado é a nossa lei de investimentos – exigir/obrigar a necessidade de parcerias com nacionais na implantação de um negócio, ou exigir um valor mínimo acima de USD 500 mil é a treva. Pressupõe atribuirmos uma certa importância a mais, as condições económicas favoráveis para a realização do negócio que nós não temos. Para isso, bastará olharmos para os nossos indicadores de “Ambiente de negócio”
Então “Chefe JLO”… considerando que encabeça a campanha do partido que suporta o Governo, não vamos esperar pelo AGOSTO, provavelmente o mês para eleições. Vamos começar agora… No próximo dia útil seguinte ao seu discurso ponha mãos a obra e traduza as ideias agradáveis que nos fez passar para a prática! Oh Chefe… promessas fazem parte do cliché dos políticos, por isso, faça diferente… Pense em primeiro lugar PÁTRIA, pense NAÇÃO, esqueça por uns instantes o PODER e isso enaltecerá a sua filosofia de governar, caso ganhe as eleições.

A “reza não se ensina aos padres” mas, a certeza de que acima das promessas eleitorais, o cumprimento “obrigatório” do dever, faz-se ingrediente infalível para a garantia de expectativas positivas, não podendo, por essa razão, ser ignorado. O país merece… e nós agradecemos!

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