O
debate está lançado! Se não foi intenção, então o bom será saber que o conteúdo
foi provocador, permitiu que com alguma ponderação, dúvidas fossem levantadas sobre
a real capacidade do saber fazer de “JLO” para a realização dos sonhos e ambições
dos angolanos.
A percepção com que fico e, não muito diferente
das constatações anteriores, deduzidas de pronunciamentos públicos do passado,
é de que, no final de contas, “não somos ingénuos”.
Sabemos sim e, com toda a profundidade que se
impõe, quais são os nossos reais problemas. Que é pior, também já sabemos o que
fazer, sabemos o caminho a percorrer e, por antevisão, sabemos quais os
potenciais resultados… Então, meus senhores, respondam-me as seguintes questões
simples: O que falta para que Angola se
torne num espaço bom para se viver? O que falta para que "a vida comece
nos municípios", o conhecimento seja valorizado, a corrupção seja
combatida e para que deixemos de acreditar que sem abertura de mercado com a consequente
quebra de todo um composto burocrático, seremos felizes?
Definitivamente é chegado o momento de sairmos
do “muro das lamentações” – não interessa quem vai liderar o processo… o indivíduo
e a organização a que pertence não são os mais importantes – antes porém,
passemos para acções práticas onde o cidadão passe a ser o centro das atenções!
Deduzido
do discurso, a lista de constatações é pequena mas ilustra os indicadores de
mudança necessários para a formatação de um ambiente bom para se viver:
A Governação participativa – tem no seu centro
o processo de desconcentração e descentralização administrativa. Observada a
vista desarmada, o seu reflexo tem implicações fortes nas práticas de boa
governação, na distribuição espacial da população, na agenda de promoção do
crescimento económico equilibrado e, consequentemente, na diminuição das
assimetrias regionais. Tudo isso se constitui, actualmente, numa das maiores
causas das desgraças que o nosso país vive. Não será possível crescer de forma
equilibrada concentrando numa sala um grupo de iluminados que pensam e decidem
o que é melhor para o país como um todo;
O Combate à corrupção – é dos grandes desafios
desse país, não fosse as perdas estimadas em perto de USD 1,9 mil milhões,
acrescida de diferentes transtornos com imagem e beliscos na qualidade do bem-estar
das famílias angolanas. Legislações existem, o que falta são atitudes,
comprometimento e a garantia de punição ao infractor sob pena de um dia nos
vermos isolados do mundo;
Valorização dos quadros/ conhecimento – tem
sido mais fácil a divulgação do discurso falacioso de que “esse país não tem
quadros”. Na verdade um absurdo! Não podemos pensar em aumentarmos o número de
quadros, sem que valorizemos os que já existem. Uma boa parte de quem detém o
conhecimento é desprezado e muito pouco reconhecido – preferimos nos últimos
anos desprestigia o mérito em detrimento da valorização da bajulação – as
classes técnicas são as que menos ganham, ou seja, os salários são
caracterizados por gente de primeira, segunda e os sem caracterização. É
preciso mudar isso, é preciso fazer do país uno e indivisível.
A nossa Educação está doente! Não podemos
continuar a cometer o erro de fazer do professor um agente
exclusivo do processo de ensino-aprendizagem... Olhar para educação de forma
isolada e essencialmente como uma rubrica orçamental na construção social de
Angola, afigura-se um grande erro que a sociedade angolana não pode continuar a
cometer.
A quebra dos “egos” e abertura do mercado - é
urgente e extremamente importante. O exemplo mais desgraçado é a nossa lei de
investimentos – exigir/obrigar a necessidade de parcerias com nacionais na
implantação de um negócio, ou exigir um valor mínimo acima de USD 500 mil é a
treva. Pressupõe atribuirmos uma certa importância a mais, as condições
económicas favoráveis para a realização do negócio que nós não temos. Para isso,
bastará olharmos para os nossos indicadores de “Ambiente de negócio”
Então “Chefe JLO”… considerando que encabeça a
campanha do partido que suporta o Governo, não vamos esperar pelo AGOSTO, provavelmente
o mês para eleições. Vamos começar agora… No próximo dia útil seguinte ao seu
discurso ponha mãos a obra e traduza as ideias agradáveis que nos fez passar
para a prática! Oh Chefe… promessas fazem parte do cliché dos políticos, por
isso, faça diferente… Pense em primeiro lugar PÁTRIA, pense NAÇÃO, esqueça por
uns instantes o PODER e isso enaltecerá a sua filosofia de governar, caso ganhe
as eleições.
A “reza não se ensina aos padres” mas, a
certeza de que acima das promessas eleitorais, o cumprimento “obrigatório” do
dever, faz-se ingrediente infalível
para a garantia de expectativas positivas, não podendo, por essa razão, ser
ignorado. O país merece… e nós agradecemos!
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