“Grandes espíritos sempre encontraram violenta oposição de mentes medíocres. A mente medíocre é incapaz de compreender o homem que se recusa a se curvar cegamente aos preconceitos convencionais e escolhe expressar suas opiniões com coragem e honestidade. “ - Albert Einstein
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
sábado, 2 de dezembro de 2017
EFICIÊNCIA GOVERNATIVA: ENTRE EXPECTATIVA E A REALIDADE
Grandes são as
expectativas entorno do novo projecto de governação para os próximos 5 anos.
Parece-me ser de comum acordo que se respeite o princípio pelo qual, a eficiência
governativa está estreitamente ligada a redução da estrutura governativa e da
capacidade dos seus agentes em traduzirem as orientações políticas em
autênticos desafios de gestão efectiva.
Entre pessimismos
e optimismos sobre quem será e não será, vamos acreditando que pessoas fazem
sim a diferença. Fazem a diferença na forma como sentem e manipulam os limites
impostos pelas normas e princípios que os circundam.
Nestes termos,
apesar do modelo excessivamente centralizado projectado pela CRA 2010 e pelo
“princípio da fidelidade partidária”, acredita-se, ingenuidades a parte, que
uma renovação dos rostos aliada a agregação de tecnocratas na estrutura
governativa poderá trazer uma “lufada de ar fresco”.
Num debate com os
meus amigos e colegas comentaristas da/na Rádio Ecclesia tentei defender a
ideia de que “não concordo que exista, necessariamente, uma relação directa
entre um estudioso, pesquisador, agente da sociedade civil e a eficiência
governativa”.
Na verdade, um
debate que se levanta nos últimos tempos, na baila entorno dos rótulos
clássicos “bajus” e “revus”, em que se transmite para o senso comum a ideia de
que bastará tecer alguns elogios ou mesmo ter uma abordagem extremamente
crítica ao modelo de Governação para se obter um cargo público.
Tal desiderato não
é imaginário, ele resulta da percepção de que apenas se pode realizar sonhos,
quando se tem cargos públicos, uma colagem a responsabilidade pública aos
fenómenos da corrupção, do tráfico de influência e também do acesso fácil a
melhoria das condições de vida e as imunidades indexadas a impunidade.
Aquilo que se tem verificado
nos últimos anos de governação é que as nomeações para cargos públicos surgem
como uma forte possibilidade de se estar bem com a vida. Com isto, “estratégias
de bajulação” são desenvolvidas por indivíduos na intenção de que com a
obtenção do cargo, “abocanham-se, para interesses próprios, uma parte do bolo”,
sem o mínimo de consideração as necessidades dos humildes cidadãos.
Esta forma de se
encarar a Administração Pública sem que se respeitem os princípios que a
norteiam, não só se revela no principal factor da ineficiência governativa,
como também põe de parte a necessidade de se olhar para Administração como uma
arte, com bases filosóficas muito bem estruturadas e com estudos muito bem
fundamentados.
Não é em vão que
escolas como a ENAD e IFAL existem, exactamente porque se reconhece o grau de
complexidade e de toda uma engenharia por detrás dos actos da Administração
Pública.
A gestão pública
transcende a mera facilitação de processos pois, é quase que obrigatório que ela
seja construtiva, inovadora e diligente, o que quer dizer que não se satisfaz
com meras simpatias.
Quer queira, quer
não, a eficiência governativa fica corrompida a partir do momento em que
pessoas sem o mínimo de conhecimento sobre as suas especificidades, ou ainda,
pessoas pouco comprometidas com o sentido de Estado e bem comum, são indicadas
a assumir responsabilidades como mera compensação política;
Um cuidado que se
deveria observar constantemente na hora das nomeações e exonerações, já que os
efeitos de uma falta de cautela de quem faz gestão do erário público ou mesmo
da falta de conhecimento mínimo, tem reflexos imediatos, com níveis
extremamente drásticos, na vida dos cidadãos.
Por outro lado,
está comprovado por estudos que fundamentam a “Qualidade da Governação”, que os
poderes paralelos ao centro de tomada de decisão, exercidos por grupos de
pressão (Associações profissionais, Sindicatos, ONGs, Igrejas, Centros de
Pesquisas e os Partidos de Oposição), devem ser capazes de influenciar de forma
efectiva a Administração pública a não se desviar dos seus caminhos.
Desta feita, não acredito
ser relevante, por exemplo, que para que o Governo Angolano valorize os dados conclusivos
dos estudos económicos produzidos pelo CEIC – UCAN, o Excelentíssimo Professor
Alves da Rocha tenha de ser nomeado a Ministro do Planeamento, ou ainda, para
que sejam valorizados os resultados da pesquisa sobre direitos humanos do
Instituto Mosaiko, se tenha que nomear o Frei Mário Rui a Ministro da Justiça.
Penso mesmo que o
País ganha quando todas as forças vivas da sociedade são valorizadas pelo
mérito das suas funções sociais. O que não significa que reconhecidas as
qualidades do cidadão e o seu valor agregador, não se desenvolvam mecanismos de
absorção directa ou indirecta de tais valências para a promoção da “Eficiência
Governativa”.
Se de alguma forma
há a necessidade de se reformar o Estado, criando condições para que o
desenvolvimento equilibrado aconteça, então que se seleccionem de forma
inclusiva e participativa, tecnocratas e experientes políticos, como garantia
da sustentabilidade dos processos.
Que o Perfil do
novo Executivo transmita a confiança de que teremos um futuro próximo mais
saudável e feliz. Um Executivo orientado para a busca de soluções diversificadas
para resolução dos mais variados problemas que nos afligem e que injecte de
forma sequencial e paulatina, transformações consideráveis na vida das famílias
angolanas.
Desta feita, o
País agradece… e nós merecemos!
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA… O BALUARTE PARA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Um dos pressupostos
para a classificação qualitativa de uma Nação, é a qualidade do seu povo, que
poderá ser entendida a nível de educação social, do grau de preservação
cultural, do nível de escolarização académica, ou até, outras habilidades
intrínsecas ao saber ser, estar e fazer.
A principio, pode parecer
estarmos diante de um conceito marginal que remete-nos imediatamente a “coisificação
da pessoa humana”. A verdade é que, quanto maior o nível de absorção do
conhecimento, maior é a capacidade dos indivíduos para participação pública.
Realidade como a nossa,
quando comparadas a sociedades mais desenvolvidas, percebe-se com muita
facilidade, por via dos indicadores sociodemográficos, a exemplo do IDH, as
principais razões para a baixa da qualidade de vida dos seus cidadãos.
As altas taxas de
analfabetismo, modelos educativos rudimentares num sistema de educação atrelado
ao poder político e pouco eficiente, níveis baixos de proficiência para
concurso no mercado de emprego e outros males, caracterizam-se como principais
consequências do pouco investimento público na Educação.
A medida que os
actos de governação nos mais variados aspectos são posto a prova, é possível
apurar, que quanto maior é o estreitamento entre a escola e os seus cidadãos, mais
facilmente se percebe o efeito multiplicador da materialização da orientação
públicas no bem-estar das famílias.
É na escola onde a
ciência acontece. É na escola e nos diferentes centros de investigação científica
que comportam, que surgem as oportunidades de testagem das diferentes opções de
decisão ao dispor do poder político;
É por via da escola
que as principais medidas de bem-estar podem ser estimadas, tornando-as muito
próximas da realidade, aporte necessário para a garantia da eficácia,
eficiência e efectividade das políticas públicas;
É com a escola que
vem o pensamento crítico, a emancipação dos povos, a promoção da inovação
tecnológica e a conquistas de novas formas de se pensar e produzir.
Nestes termos, a
investigação científica sempre esteve presente na história da evolução do
homem. Ela é inerente aos diferentes modelos produtivos e de convivência social
indexados ao percurso cultural das grandes e pequenas sociedades.
Qualquer base
histórica que retracta factores de sucesso das antigas civilizações, demostra,
de forma clara e aberta, o papel do uso do conhecimento e sua grande influência
na construção social e na garantia do bem-estar das famílias.
Na contemporaneidade,
o conhecimento resultante da argumentação empírica, com bases científicas
comprovadas, tem contribuído, em grande forma, para a materialização das
agendas públicas e para o alcance do desenvolvimento.
Vivemos na era do conhecimento
e do progresso tecnológico! Vivemos numa época em que as grandes referências do
saber fazer, têm por detrás, um grande aporte intelectual que os permite minimizar
os erros, fazendo leituras sobre a realidade da vida e as projecções de
auto-sustentação.
Com isso, o
investimento público direccionado para a investigação científica é necessário e
urgente, já que existe uma relação de proximidade entre a projecção de políticas
públicas para o desenvolvimento e a qualidade da despesa pública para a
promoção da Investigação & Desenvolvimento.
Cada vez mais se
percebe que o adiar do investimento directo ou indirecto no sector da
Investigação & Desenvolvimento, põe em causa a qualidade e o realismo das
políticas públicas concebidas e, por exemplo, a sustentabilidade das obras
realizadas.
É importante realçar que
despertemos para a compreensão de que, para além da perspectiva normativa das
políticas públicas, normalmente assegurada pela subjectividade dos interesses
de quem governa, o grau de eficiência das acções do Estado deve ser
condicionado aos experimentos científicos comprovados.
Analisada a
abrangência analítica do relatório do Banco Mundial sobre como os Estados
decidem investir na qualidade da sua educação, com muita pena, denota-se, o
quanto Angola tem marginalizado, com muito pouco investimento o processo de
educação da sociedade no geral.
Logo, quando o Estado
decide investir directa ou indirectamente nos centros de estudo científico, ou
estimula o seu funcionamento, acaba tendo retornos por via de toda uma
consultoria pública a volta de um conjunto de estudo empíricos que vão
fundamentar a parte positiva das políticas públicas elaboradas.
Numa época de grandes
desafios para o país, o estreitamento das relações entre o Governo e Academia,
não só se faz necessário, como se constitui no baluarte para o alcance das
grandes realizações sociais.
Nestes termos, o
fomento da Investigação científica, autónoma e independente, como pressuposto
para o desenvolvimento, impõe a nova geração governativa, grandes desafios com
a busca pelo conhecimento prático, na absorção de habilidades técnicas, na
capacidade de negociação e na busca incessante das melhores práticas.
É preciso olhar para
o ensino de forma diferenciada. É preciso olhar para as universidades e centros
de estudos com mais optimismos. É preciso desenvolver mecanismos de minimização
dos custos dos cursos técnicos com bolsas de estudos e outros estilos de subvenção
ao dispor;
É Preciso mudar a política
educativa actual e redimensiona-la para a minimização do custo de se investir
em Angola, dos custos de efectivação das políticas públicas, do custo de contracção
de mão-de-obra e para a qualificação do bem-estar dos cidadãos.
Quem não sonha não
realiza, mas também quem não se qualifica para a realização do seu sonho, até
pode sonhar mas terá grandes dificuldades para a realização… Só por isso sonhe
mas também busque sempre a excelência no conhecimento.
O país merece e nós
agradecemos!
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
NO JOGO DA CULPA… E SE EU DECIDISSE PROCESSAR O MEU PAÍS?
Numa reflexão em
solilóquio, depois de ter apreciado um flash da rúbrica “há valores” na TV, decidi,
por conta e risco, tentar perceber em que momento se deu a falha para que
fôssemos todos remetidos ao ponto em que chegamos como sociedade.
Quase que num
descaminho total, onde a manipulação, a burla, a desonestidade e todos outros extravios
sociais se tornaram regra. Tornou se muito fácil encontrar um “cara de pau”,
totalmente sem escrúpulos e, em contrapartida, cada vez mais difícil encontrar gente
honesta, disposta a preservar o pudor.
A situação é bastante
complexa e envolve, desde o político corrupto, ao médico que não cura, do professor
que não ensina, ao pai que prefere a sopa da rua do que prestar alimento aos
seus filhos, enfim, do jovem com força e vigor que prefere uma vida fácil ao
velho sem moral para exigir do jovem e incentivá-lo para o trabalho.
Várias foram as vezes
em que fomos convidados por um funcionário de um estabelecimento comercial a
não cumprir as regras estabelecidas para que comprássemos determinado bem ou
serviço mais barato das suas mãos, em claro prejuízo aos seus patrões, sem o
menor receio de perder o emprego por falência do negócio.
Outras vezes somos
remetidos a processos simples e de cumprimento obrigatório, mas que por vaidade
do agente público somos obrigados a violar a procedimentos sob pena de
atrasarmos a vida e comprometermos a continuidade de nossas ambições.
Se foi por decreto ou
não, a verdade é que chegamos a um ponto em que nos questionamos mais uma vez:
“Que país é esse que remete o seu povo a tamanha encruzilhada em que o caminho
para o “desespero” é mais acessível do que o caminho da “esperança”?
Independente da
profundidade da análise que se pode fazer ou da lógica que usamos para
justificar às razões desta complexidade, é quase unânime que em algum momento a
sociedade falhou, tendo permitido que de forma subtil nos deixássemos encantar
com tamanha devassidão.
Hoje por hoje, as
consequências estão aí, nos olhos de quem se presta a observar. A corrupção
tomou conta das nossas vidas e o conhecimento, o mérito e todo um conjunto de
atitudes positivas que realçam o bem-fazer e a justiça do ser, foram
substituídos pela bajulação, pela falsidade, pela deslealdade e por todos outros
comportamentos desviantes.
Intrigas nos locais
de serviço, mediocridade no seio das chefias, banalização da educação social, aproveitamento
da sensibilidade de quem sofre, má educação no trânsito e total arrogância de
quem tem o poder de decidir, fazem o nosso dia-a-dia.
No processo de formação
da minha personalidade, fui educado a pensar que o sucesso estaria condicionado
ao maior nível de absorção do conhecimento e ao aprimoramento das minhas
habilidades.
“Disseram-me que
seria suficiente o conhecimento e a capacidade de discernimento; garantiram-me
que se eu fosse honesto e um homem de princípios, eu seria muito mais feliz; deram-me
a certeza de que as conquistas dos prémios, por mérito próprio, estariam
condicionadas à honestidade, ao compromisso com a ética e ao cumprimento rigoroso
do dever.”
Infelizmente o
caminho para desgraça tem sido muito mais curto do que o caminho para o sucesso,
o que me leva a perguntar: Será que fui enganado? E se eu processasse o meu País???
De certeza que não. Não
fui enganado. O sistema é que precisa ser reiniciado com urgência!
O recomeço se faz
urgente. Não sei se pela massificação da educação ou por um outro conjunto de
acções de coerção e punição do erro.
Sei apenas que temos
que começar!
Há responsabilidades
políticas sobre o assunto. Há necessidades de quem realiza/exerce o poder, de
dar exemplos de probidade pública e de boas práticas que visam uma maior
satisfação das necessidades colectivas. Não deixa de ser também importante que
a sociedade, no geral, se auto-desafie a mudar.
O actual Executivo
Angolano deverá ser chamado a promover e estimular está nova forma de pensar e
agir. Um primeiro passo, passa pela valorização da educação, como condição
essencial para se levar a bom termo, o processo de mudança de consciência, rumo
à reconstrução do País/Nação.
Isto implica um
rápido aumento do acesso à educação de qualidade para as crianças, jovens e
adultos como uma das condições necessárias para a promoção da paz e da
cidadania, por um lado e, por outro, como uma das bases estratégicas para a
erradicação da pobreza e o desenvolvimento do país.
A República de Angola
precisa, sem demora, de se reconstruir sob novos prismas que garantam a Paz e o
desenvolvimento humano sustentável. A educação é, portanto, a chave para o
desenvolvimento sustentável e equitativo da sociedade.
Criemos então, na nossa
sociedade, um bom ambiente para se viver, cuja concretização passa pela determinação
prévia de objectivos concretos, passíveis de serem mensurados e que sejam
susceptíveis de estimular e realizar os anseios do indivíduo, que por muito
tempo ficou remetido a um estágio rotineiro de pouca criatividade e consequente
insatisfação.
Portanto, fica claro
que a responsabilidade é do Poder Executivo que tem de criar as condições
necessárias para que o acesso à educação de qualidade seja um facto mas é também
de cada indivíduo, já que na actualidade, o cidadão deve estar predisposto à
mudança e, acima de tudo, buscar atitudes inovadoras para melhor realização dos
seus objectivos de vida.
Construamos pois um
país novo…, a sociedade agradece!
sábado, 11 de novembro de 2017
terça-feira, 7 de novembro de 2017
ABORDANDO O PAÍS POR DENTRO...
Com a realização das eleições de 2017 o país deu mais um
passo para a consolidação do Estado Democrático de Direito e, com a
incorporação e alcance de todo um debate profundo a sua volta sobre a pertinência
de se começar a construir um país novo, a esperança do angolano renasceu.
Verdade é que entre o pessimismo de uns e optimismo de
outros instala-se um debate profundo e, os limites sobre o que é ético, sobre
as possíveis cedências e permissões, ou até sobre a quebra de paradigmas, começa
a fazer eco nas hostes dos grandes ciclos de abordagem sobre o país.
No “país real”, grandes grupos de debate partilham
ideias, denunciam desvios e especulam factos. Mas também idealizam potenciais
soluções que na sua essência demonstram a oportunidade da criação de mecanismos
visíveis e transparentes de discussão sobre os nossos reais problemas.
Como sempre disse, o país tem um conjunto de ideias
soltas espalhadas em relatórios publicados por diferentes sensibilidades que
pensam Angola, ou em artigos de opinião, ou ainda em documentos produzidos como
conclusão das diferentes consultorias prestadas ao governo, das quais pouco
proveito foi tirado.
O que falta é trazer, sem receios, o debate a liça e um
sério compromisso de quem exerce o poder na promoção de debates inclusivos e
participativos para a escolha das melhores práticas a serem seguidas.
Precisamos sim, com coragem, instituir um conjunto de
pressupostos de sucesso e incluí-los num manual de instruções para os próximos
tempos e, destemidos, pensar que as soluções actuais poderão catapultar em
benefícios políticos no futuro.
Nossos problemas foram sempre os mesmos, desde a
imoralidade pública a falta de comprometimento de quem foi chamado a servir o
país. Há de chegar uma altura em que será importante encontrar culpados, mas
por enquanto, o objectivo tem de ser a minimização da taxa de sacrifício das
famílias para obtenção do mínimo.
Se as mudanças que se pretendem não são fachadas, então
tenhamos a coragem de com altruísmo pensarmos com urgência no corte vertical do
modelo de contratação pública actual, que para mim sempre foi tão promíscuo ao
ponto de ser a principal fonte da corrupção em Angola.
Se queremos mudanças reais e práticas mudemos com
qualidade a forma de administrar os principais serviços públicos às populações:
a distribuição da Energia, Água, Transporte Público e o Saneamento Básico são
alguns exemplos.
Meus senhores, deixemos de compensar gestores públicos
que sempre se acharam sábios ao ponto de deixarem de ouvir e permitirem que se
degradasse ainda mais o pouco investimento realizado até aqui.
Tenhamos coragem de olhar com alguma profundidade para o
modelo de concentração de poderes em que, por exemplo, um hospital num dos
municípios do Bié, precisa da autorização da Ministra da Saúde que vive em Luanda,
para decidir quando abrir as portas ao público.
Todo mundo justifica suas incompetências mediante crise
financeira, ou seja, a falta de dinheiro serve para justificar quase tudo. Mas
estes gestores públicos que assim procedem não tiveram comportamento diferente no
tempo das “vacas gordas”.
O país não tem recursos para experimentos e não pode ser
transformado em cobaia. As necessidades que nos circundam não se compadecem com
esperas e adiamentos desnecessários. A pontualidade na busca de soluções
prioritárias e sustentáveis faz sentido e se revela urgente.
Até agora parece-nos certa a ideia de se traduzir uma boa
parte de intenções em acções práticas. Também parece-nos ajustada a quebra de
alguns “elos de influência por via de nomeações e exonerações. Mas precisamos de
ter o cuidado para que não se confunda a necessidade de reformas profundas com
o mero cliché da renovação dos titulares de cargos públicos.
Por exemplo um erro que já se faz frequente, pelas bandas
do ministério das finanças, prende-se com a insistência na ideia de se atrelar
a necessidade que se tem da "consolidação orçamental" ou até de
outras mudanças necessárias para a promoção da qualidade da despesa pública à
baixa do preço do petróleo;
Esse
tipo de pronunciamento traduz-nos a percepção de que em caso de uma subida
ligeira do preço do petróleo, se vai adiar ainda mais a consolidação e o accionar
de outros mecanismos de transparência o que se traduziria num erro grave para o
contexto actual.
Nós
precisamos consolidar porque sempre vivemos para além das nossas reais
possibilidades. A consolidação orçamental, na sua essência,
vai permitir que o governo perceba a quantidade de erros que foi cometendo com a
má utilização e excessiva dispersão de recursos nos últimos anos.
Mas, mais do que reajustes orçamentais destinados a
reduzir o défice e a dívida pública, seria de extrema relevância e eficácia a
definição de mecanismos de controlo que monitorem o resultado das medidas adoptadas
e permitam, por via das avaliações realizadas, que se alterem com maior
brevidade as estratégias falhadas.
O País precisa definir “mecanismos de alerta rápido” que
garantam que um hospital não fique fechado durante 3 anos sem funcionamento,
que permitam perceber que o processo de requalificação em Luanda tem sido mal concebido
e gera prejuízos sem conta aos cofres do Estado sem garantir resultados
satisfatórios.
Só assim o país muda e uma nova Nação se constrói...
Sejamos prudentes que o país e os seus cidadão agradecem!
PENSANDO EM VOZ ALTA
O desenvolvimento de um país depende, acima de
tudo, da qualidade dos seus cidadãos... se cada um de nós se dedicar a ser uma
pessoa de qualidade, o país ganha e a nação se edifica.
Ao idealizarmos um “país novo”... Todos somos
chamados à fazermos a nossa parte... Nestes termos, nossa qualidade é medida
pelo saber ser, saber estar e saber fazer.
A abordagem sobre a ética social não se
circunscreve ao sector público... é, também, uma premissa a ser observada com
urgência no seio das famílias e das organizações no geral (...)
Uma “educação mais emancipadora”, pode ser a
solução... Orgulhosos lutemos por uma Angola boa para se viver(...)
Paz e Bem!
Josué Chilundulo
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