Um dos pressupostos
para a classificação qualitativa de uma Nação, é a qualidade do seu povo, que
poderá ser entendida a nível de educação social, do grau de preservação
cultural, do nível de escolarização académica, ou até, outras habilidades
intrínsecas ao saber ser, estar e fazer.
A principio, pode parecer
estarmos diante de um conceito marginal que remete-nos imediatamente a “coisificação
da pessoa humana”. A verdade é que, quanto maior o nível de absorção do
conhecimento, maior é a capacidade dos indivíduos para participação pública.
Realidade como a nossa,
quando comparadas a sociedades mais desenvolvidas, percebe-se com muita
facilidade, por via dos indicadores sociodemográficos, a exemplo do IDH, as
principais razões para a baixa da qualidade de vida dos seus cidadãos.
As altas taxas de
analfabetismo, modelos educativos rudimentares num sistema de educação atrelado
ao poder político e pouco eficiente, níveis baixos de proficiência para
concurso no mercado de emprego e outros males, caracterizam-se como principais
consequências do pouco investimento público na Educação.
A medida que os
actos de governação nos mais variados aspectos são posto a prova, é possível
apurar, que quanto maior é o estreitamento entre a escola e os seus cidadãos, mais
facilmente se percebe o efeito multiplicador da materialização da orientação
públicas no bem-estar das famílias.
É na escola onde a
ciência acontece. É na escola e nos diferentes centros de investigação científica
que comportam, que surgem as oportunidades de testagem das diferentes opções de
decisão ao dispor do poder político;
É por via da escola
que as principais medidas de bem-estar podem ser estimadas, tornando-as muito
próximas da realidade, aporte necessário para a garantia da eficácia,
eficiência e efectividade das políticas públicas;
É com a escola que
vem o pensamento crítico, a emancipação dos povos, a promoção da inovação
tecnológica e a conquistas de novas formas de se pensar e produzir.
Nestes termos, a
investigação científica sempre esteve presente na história da evolução do
homem. Ela é inerente aos diferentes modelos produtivos e de convivência social
indexados ao percurso cultural das grandes e pequenas sociedades.
Qualquer base
histórica que retracta factores de sucesso das antigas civilizações, demostra,
de forma clara e aberta, o papel do uso do conhecimento e sua grande influência
na construção social e na garantia do bem-estar das famílias.
Na contemporaneidade,
o conhecimento resultante da argumentação empírica, com bases científicas
comprovadas, tem contribuído, em grande forma, para a materialização das
agendas públicas e para o alcance do desenvolvimento.
Vivemos na era do conhecimento
e do progresso tecnológico! Vivemos numa época em que as grandes referências do
saber fazer, têm por detrás, um grande aporte intelectual que os permite minimizar
os erros, fazendo leituras sobre a realidade da vida e as projecções de
auto-sustentação.
Com isso, o
investimento público direccionado para a investigação científica é necessário e
urgente, já que existe uma relação de proximidade entre a projecção de políticas
públicas para o desenvolvimento e a qualidade da despesa pública para a
promoção da Investigação & Desenvolvimento.
Cada vez mais se
percebe que o adiar do investimento directo ou indirecto no sector da
Investigação & Desenvolvimento, põe em causa a qualidade e o realismo das
políticas públicas concebidas e, por exemplo, a sustentabilidade das obras
realizadas.
É importante realçar que
despertemos para a compreensão de que, para além da perspectiva normativa das
políticas públicas, normalmente assegurada pela subjectividade dos interesses
de quem governa, o grau de eficiência das acções do Estado deve ser
condicionado aos experimentos científicos comprovados.
Analisada a
abrangência analítica do relatório do Banco Mundial sobre como os Estados
decidem investir na qualidade da sua educação, com muita pena, denota-se, o
quanto Angola tem marginalizado, com muito pouco investimento o processo de
educação da sociedade no geral.
Logo, quando o Estado
decide investir directa ou indirectamente nos centros de estudo científico, ou
estimula o seu funcionamento, acaba tendo retornos por via de toda uma
consultoria pública a volta de um conjunto de estudo empíricos que vão
fundamentar a parte positiva das políticas públicas elaboradas.
Numa época de grandes
desafios para o país, o estreitamento das relações entre o Governo e Academia,
não só se faz necessário, como se constitui no baluarte para o alcance das
grandes realizações sociais.
Nestes termos, o
fomento da Investigação científica, autónoma e independente, como pressuposto
para o desenvolvimento, impõe a nova geração governativa, grandes desafios com
a busca pelo conhecimento prático, na absorção de habilidades técnicas, na
capacidade de negociação e na busca incessante das melhores práticas.
É preciso olhar para
o ensino de forma diferenciada. É preciso olhar para as universidades e centros
de estudos com mais optimismos. É preciso desenvolver mecanismos de minimização
dos custos dos cursos técnicos com bolsas de estudos e outros estilos de subvenção
ao dispor;
É Preciso mudar a política
educativa actual e redimensiona-la para a minimização do custo de se investir
em Angola, dos custos de efectivação das políticas públicas, do custo de contracção
de mão-de-obra e para a qualificação do bem-estar dos cidadãos.
Quem não sonha não
realiza, mas também quem não se qualifica para a realização do seu sonho, até
pode sonhar mas terá grandes dificuldades para a realização… Só por isso sonhe
mas também busque sempre a excelência no conhecimento.
O país merece e nós
agradecemos!
Sem comentários:
Enviar um comentário