segunda-feira, 7 de novembro de 2016

OPTIMISMO, RESILIÊNCIA E EQUIDADE EXIGE-SE...

Acreditando (cada vez mais) na doutrina de que na vida o “Bem prevalece sobre o Mal” e que ainda é possível confiarmos de forma positiva no futuro, na certificação de que enquanto angolanos somos capazes de, com aptidão, superar e recuperar das adversidades que nos circundam, sejamos optimistas com atitudes sólida, projectando soluções positivas, face aos problemas sociais e económicos.
Esperar que “depois da tempestade venha a bonança” implica uma resiliência em direção a Estratégia Angola 2025 que na sua essência e ambição tem uma forte motivação de justiça social e de desenvolvimento sustentado, tendo o cidadão angolano no centro das atenções.
Após o processo de reconstrução do País, destruído por décadas de guerra, Angola precisa com urgência partir para uma fase de mudanças estruturais que implicam um conjunto de cedências e compromissos, isto significa que reformas politicas, económicas, sociais e culturais deverão ser feitas para que os princípios da racionalização dos recursos, acompanhados dos princípios da propriedade e iniciativa privada e a concorrência, representam-se como verdadeiros pilares para a construção de um ambiente de negócio favorável no alavancar da produção e do emprego em Angola. Os modelos de produção contemporâneos exigem a modernização e sustentabilidade do nosso modelo de desenvolvimento, centrado na estabilidade e crescimento e na valorização do homem angolano.
Um exemplo mais recente sobre a necessidade de se sofrer para recuperar com sucesso seria, apesar de uma realidade completamente equidistante a Irlanda, que de uma situação de total desestabilização em 2008 (crédito mal parado, crise financeira e consequente bolha imobiliária), enfrentou a crise e retomou o caminho do crescimento após colapso financeiro. Por via de parcerias, a Irlanda superou a sua crise financeira com ajuda de programas de resgate e de reformas que colocaram a economia de volta aos trilhos. No entanto, o caminho não foi fácil!
Como estratégia de saída da crise, em Novembro de 2010, o Governo Irlandês pediu assistência financeira ao fundo de resgate europeu e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e estabeleceu um severo programa de austeridade, reduzindo os salários dos servidores e funcionários públicos, restringindo os benefícios sociais e aumentando o imposto sobre valor agregado. Hoje, o PIB irlandês atingiu de novo quase o nível de antes da crise.
As últimas projecções sobre Angola remetem-nos a um mar de incertezas e a uma completa dúvida sobre soluções saudáveis num horizonte temporal de curto prazo. A recuperação do equilíbrio, depois da perturbação, implica a concretização, no médio prazo, das metas do Plano Nacional de Desenvolvimento 2017, onde se promoveria uma “estratégia de crescimento económico em que o investimento público e o investimento privado em projectos estruturantes do sector público se constituam numa plataforma para o desenvolvimento da economia nacional.”
As políticas públicas económicas e sociais são um dos principais instrumentos de integração entre o Governo e a Sociedade e, por isso, torna-se indispensável entender a importância de não ceder à pressões internas e externas e saber lidar com os nossos medos e problemas de forma desinibida, provando e demostrando a nossa real capacidade do saber fazer, de vencer os obstáculos que surgirem considerados próprios de um recomeço e da reconquista dos níveis de certeza e optimismo em qualquer que seja a situação.
Mediante isso, é pertinente dizer que os desafios que nos remetem à “promoção do desenvolvimento humano e bem-estar dos angolanos, à garantia de um ritmo elevado de crescimento económico, ao desenvolvimento sustentável de forma equitativa e harmoniosa do território nacional, e à promoção e inserção competitiva de Angola no mercado internacional”, são fundamentais para o desenvolvimento socioeconómico de qualquer país, principalmente para aqueles que ainda possuem grande parte de sua população marginalizada económica e socialmente.
A necessidade que temos de tomar decisões sobre pressões, quer ela seja interna ou externa, quer ela seja de carácter meramente económico ou político, implica o respeito pelo princípio social segundo o qual todos nós devemos ter os mesmos direitos, deveres, privilégios e oportunidades, ou seja, sem privilégios de classes e isto vai permitir a contínua melhoria do ambiente de negócios para estimular o desenvolvimento económico, a diversificação e a competitividade.
Será importante, com Optimismo, Resiliência e Equidade, o despertar do Governo Angolano para que nas suas próximas acções práticas tome em consideração a construção em torno de um projecto de sociedade e de um programa político voltado para expressão da vontade dos cidadãos no lançamento das bases para a diversificação da economia, assentes no investimento público em infra-estruturas, através da mobilização de mais receitas fiscais não petrolíferas, melhoria da eficiência do investimento público e redução dos gastos correntes e, em simultâneo, aliviando o impacto sobre os pobres através da assistência social bem direcionada. 

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