Acreditando (cada vez mais) na doutrina de
que na vida o “Bem prevalece sobre o Mal” e que ainda é possível confiarmos de
forma positiva no futuro, na certificação de que enquanto angolanos somos
capazes de, com aptidão, superar
e recuperar das adversidades que nos circundam, sejamos optimistas
com atitudes sólida, projectando soluções
positivas, face aos problemas sociais e económicos.
Esperar que “depois da tempestade venha a
bonança” implica uma resiliência em direção a Estratégia Angola 2025 que na sua
essência e ambição tem uma forte motivação de justiça social e de
desenvolvimento sustentado, tendo o cidadão angolano no centro das atenções.
Após o processo de reconstrução do País, destruído por
décadas de guerra, Angola precisa com urgência partir para uma fase de mudanças
estruturais que implicam um conjunto de cedências e compromissos, isto
significa que reformas politicas, económicas, sociais e culturais deverão ser
feitas para que os princípios da racionalização dos recursos, acompanhados dos
princípios da propriedade e iniciativa privada e a concorrência, representam-se
como verdadeiros pilares para a construção de um ambiente de negócio favorável no
alavancar da produção e do emprego em Angola. Os modelos de produção
contemporâneos exigem a modernização e sustentabilidade do nosso modelo de
desenvolvimento, centrado na estabilidade e crescimento e na valorização do
homem angolano.
Um exemplo mais recente sobre a
necessidade de se sofrer para recuperar com sucesso seria, apesar de uma
realidade completamente equidistante a Irlanda, que de uma situação de total desestabilização
em 2008 (crédito mal parado, crise financeira e consequente bolha imobiliária),
enfrentou a crise e retomou o caminho do crescimento
após colapso financeiro. Por via de parcerias, a Irlanda superou a sua crise
financeira com ajuda de programas de resgate e de reformas que colocaram a
economia de volta aos trilhos. No entanto, o caminho não foi fácil!
Como estratégia de
saída da crise, em Novembro de 2010, o Governo Irlandês pediu assistência
financeira ao fundo de resgate europeu e ao Fundo Monetário Internacional (FMI)
e estabeleceu um severo programa de austeridade, reduzindo os salários dos
servidores e funcionários públicos, restringindo os benefícios sociais e
aumentando o imposto sobre valor agregado. Hoje, o PIB irlandês atingiu de novo
quase o nível de antes da crise.
As últimas projecções sobre Angola
remetem-nos a um mar de incertezas e a uma completa dúvida sobre soluções
saudáveis num horizonte temporal de curto prazo. A recuperação do equilíbrio,
depois da perturbação, implica a concretização, no médio prazo, das metas do Plano
Nacional de Desenvolvimento 2017, onde se promoveria uma “estratégia de
crescimento económico em que o investimento público e o investimento privado em
projectos estruturantes do sector público se constituam numa plataforma para o desenvolvimento
da economia nacional.”
As políticas públicas económicas
e sociais são um dos principais instrumentos de integração entre o Governo e a Sociedade
e, por isso, torna-se indispensável entender a importância de não ceder à pressões internas e externas e
saber lidar com os nossos medos e problemas de forma desinibida, provando e
demostrando a nossa real capacidade do saber fazer, de vencer os obstáculos que surgirem
considerados próprios de um recomeço e da reconquista dos níveis de certeza e
optimismo em qualquer que seja a situação.
Mediante
isso, é pertinente dizer que os desafios que nos remetem à “promoção do
desenvolvimento humano e bem-estar dos angolanos, à garantia de um ritmo
elevado de crescimento económico, ao desenvolvimento sustentável de forma equitativa
e harmoniosa do território nacional, e à promoção e inserção competitiva de
Angola no mercado internacional”,
são fundamentais para o desenvolvimento socioeconómico de qualquer país,
principalmente para aqueles que ainda possuem grande parte de sua população
marginalizada económica e socialmente.
A
necessidade que temos de tomar decisões sobre pressões, quer ela seja interna
ou externa, quer ela seja de carácter meramente económico ou político, implica
o respeito pelo princípio social segundo o qual todos nós devemos ter os mesmos direitos,
deveres, privilégios e oportunidades, ou seja, sem privilégios de classes e
isto vai permitir a contínua melhoria do ambiente de negócios para estimular o
desenvolvimento económico, a diversificação e a competitividade.
Será
importante, com Optimismo, Resiliência e Equidade, o despertar do Governo
Angolano para que nas suas próximas acções práticas tome em consideração a
construção em torno de um projecto de sociedade e de um programa político
voltado para expressão da vontade dos cidadãos no lançamento das bases para a
diversificação da economia, assentes no investimento público em
infra-estruturas, através da mobilização de mais receitas fiscais não
petrolíferas, melhoria da eficiência do investimento público e redução dos
gastos correntes e, em simultâneo, aliviando o impacto sobre os pobres através
da assistência social bem direcionada.
Sem comentários:
Enviar um comentário