terça-feira, 31 de outubro de 2017

ANGOLA, UM PARAÍSO DE OPORTUNIDADES...

Quando se pensa e se vive Angola, a primeira questão que nos ocorre é: “temos tudo para dar certo, logo, não há falta de nada”.
Então, qual será o real impasse para que o desenvolvimento aconteça?
Acreditar que temos tudo para dar certo não é errado e nem tão pouco um gosto à utopia. Antes porém, pensar assim, pressupõe a aceitação, com veemência, das nossas valências quer em recursos humanos, quer em recursos produtivos, sobretudo, a grande vantagem da localização geográfica.
Angola é uma país localizado geograficamente numa zona privilegiada, com uma extensão marítima que favorece, entre outros, o desenvolvimento da pesca industrial, a capitalização do turismo e a produção industrial do Sal e seus periféricos;
Angola tem uma das maiores redes hidrográficas da região, com potencial para produção de energia com excedente e dinamização da agricultura como factor motriz para o desenvolvimento.
Conta com uma população jovem, sagaz, desafiadora e predisposta à criação e à inovação produtiva, que busca conhecimentos, ainda que de forma limitada, apelando por amparo e direccionamento das suas ideias.
Também é característica da franja da população a que nos referimos a capacidade para absorção de processos e a avidez para participar do percurso da reconstrução nacional, o que constitui uma mais valia se comparado aos países a nossa volta. Os jovens angolanos entoam em alto e bom som “a pátria unida e liberdade num só povo e numa só nação”.
Angola tem o “Corredor do Lobito”, que nada mais é, se não, a maior força motriz de relacionamento com países do interior como a Zâmbia, uma parte do Sul do Congo Democrático, com riquezas em recursos produtivos florestais e eco-turísticos, capazes de desenvolver o grande polo industrial de Benguela, porta de saída para alargamento do nível de exportação.
Ora, são apenas alguns exemplos de potencialidades económicas que se destacam como base forte para que qualquer investimento a ser realizado em Angola produza retornos financeiros a escala.
Paralelamente às potencialidades económicas, o mercado angolano também tem um mar de insuficiências que vão desde os produtos de cesta básica aos recursos produtivos necessários para a dinamização do desenvolvimento industrial e de outros diferentes sectores que concorrem para o crescimento económico necessário para o bem-estar das famílias.
Dito dessa forma, percebe-se com facilidade, que vivemos num paraíso de oportunidades em que quer por via das nossas insuficiências, quer por via da disponibilidade de factores de produção (Terra, Capital e Trabalho), Angola pode sim se tornar num destino imediato para o investimento privado.
Assim sendo, exige-se uma estratégia de liderança forte, capaz de negociar processos, transparente nas suas acções e comprometida com o país. Ao mesmo tempo que se apela uma pré-disposição a humildade, com realce para uma entrega total na busca de soluções para incentivar o desejo de se investir no nosso mercado.
Em última estância, a nossa incapacidade de gerir processos e de apresentar ao mundo as nossas disponibilidades, remeterão o país para um subdesenvolvimento de tal ordem que as tenções socias e todos outros conflitos que decorrem da falta de emprego e do básico para a sobrevivência concorrerão para as desgraças de todas as famílias angolanas.
Entendemos, ainda, que o actual modelo político económico é tão ultrapassado e contraria os desígnios da projecção de uma sociedade pro desenvolvimentista, porque coarcta a liberdade de iniciativa económica e social, a partir do momento em que há uma incidência muito forte do papel do Estado na Economia.
Logo, fazendo um exercício simples, facilmente chegaremos a conclusão de que reformas exigem-se e o combate acérrimo aos vectores do subdesenvolvimento se impõe. Assuntos como: corrupção, clientelismo, má governação, impunidade, ausência de governação visionária, ineficiência e más práticas na gestão do erário público, fazem-se prioridades entre os males que devem ser corrigidos com urgência.
O uso de inteligências para que se trave o desejo pelo ensino e saúde de qualidade nos países vizinhos que por sinal têm estruturas económicas inferiores as nossas, vai permitir uma maior concentração e disponibilidade de capital no território angolano.
Não podemos ficar felizes com a quantidade de quadros que saem do país a procura de melhores condições de vida, não podemos permitir que os navios atraquem na Namíbia por causa da nossa capacidade de hostilizar quem vem para o nosso mercado para investir.
Precisamos pensar diferente e acabar com a ideia de que o ensino primário custe mais caro em Angola do que a licenciatura nas universidades mais caras do mundo, mas a qualidade continua a não favorecer a minimização do custo de se investir em Angola.
O país tem tudo para dar certo. O país tem tudo para ser uma potência política, económica e social em África. O país tem tudo para deixar de importar sal apesar da extensa fronteira marítima de mais de 1200 quilómetros com o mar.
Dar um sinal ao mundo de que estamos dispostos a fazer diferente será o passo necessário para a conquista de novos patamares. Aliás, a depender da geopolítica e geoestratégia mundial, não teremos escolhas. As pressões serão contínuas e o risco do colapso será cada vez maior .
Precisamos melhora a nossa imagem no exterior e modificar com rigor a forma como o mercado internacional nos encara. Já que o poder económico é tão volátil que não tem partido e adapta-se facilmente às diferentes circunstâncias, podendo mesmo voar para outras paragens.
Desta feita, o País merece… e nós agradecemos!

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