O
“binómio” calma e juízo destaca-se de um conjunto de conselhos que Dom. Óscar
Braga dirigiu a um dos aspirante a presidência da república às próximas
eleições. Na opinião daquele prelado, caso o referido candidato chegasse presidente,
vencendo as eleições, precisaria de muito equilíbrio na sua forma de ser, estar
e fazer.
Na
verdade sim... Para se passar a governar esse país depois de 23 de Agosto e
para os próximos 5 anos, não bastará inteligência e nem tão pouco simpatia
popular. Será sim fundamental muita calma na tomada de decisões e muito juízo
para não se deixar vencer pelos “maus hábitos” do passado.
Falar
assim parece fácil e tão óbvio, levando-nos a pensar ser dispensável qualquer
conselho. Podia até ser, mas o próximo Presidente desse país terá de ter a
hombridade de perceber que o país está a viver uma transição política,
económica e social que já não pode ser ignorada.
Com
a pré-campanha o debate sobre a projecção futura do país foi lançado. Os discursos
políticos reacenderam a esperança da construção de uma plataforma sustentável
para o desenvolvimento de Angola.
A percepção com que ficamos e, não muito
diferente das constatações anteriores, é que a pré-campanha permitiu
que com alguma ponderação, dúvidas fossem levantadas, principalmente sobre a
real capacidade dos políticos para a realização dos sonhos e ambições dos
angolanos.
Sempre afirmamos, com alguma ousadia a mistura,
que com toda a profundidade que se impõe, já se sabe quais são os reais
problemas país, já se sabendo, igualmente, o que fazer, qual o caminho a
percorrer e, por previsão, quais os potenciais resultados.
Importa destacar, que a liderança política precisa
tomar consciência sobre a sua responsabilidade principal de fazer de Angola um
espaço bom para se viver.
Ora, um espaço bom para se viver pressupõe,
entre outros, que "a vida comece nos municípios", o conhecimento seja
valorizado, o tráfico de influência seja combatido e se que acredite que com abertura
de mercado e a consequente quebra de um conjunto de procedimentos burocrático,
seremos felizes.
Entendemos que definitivamente é chegado o
momento de sairmos do “muro das lamentações”, não interessando quem vai liderar
o processo (indivíduo e organização), antes
porém, passemos para acções práticas onde o cidadão se torna no centro das
atenções!
Assim,
com muita “calma” e esmero, a aposta na resolução de cada um dos problemas
constatados, que apesar de parecerem poucos, ilustram os indicadores de mudança
necessários para a formatação de um ambiente bom para se viver.
Mas também, com muito “juízo”, não se deverá permitir
que se volte a cometer o erro de se pensar que será possível crescer de forma
equilibrada, concentrando-se apenas numa sala um grupo de “iluminados” que
pensa e decide o que é melhor para o país como um todo.
Ainda que de forma ilusória, “precisamos muitas vezes viver
uma tempestade para que depois venha a bonança”. Parece uma forma meio
romântica de se encarar a vida mas, o seu simbolismo se reflecte na capacidade
que pessoas altruístas têm de se auto desafiarem a construir um futuro melhor.
O estoicismo presente,
comporta margens de manobras complexas, muitas
vezes cheias de espinhos e níveis de sacrifícios insuportáveis para os cidadão.
O que só valerá apenas se o sacrifício servir de garantia para
recompensas futuras.
Há
sacrifícios a suportar que podem ter implicações sociais muito fortes no curto
prazo e como consequência uma baixa na popularidade política. Mas a promoção de
expectativas racionais de benefícios futuros será suficiente para garantir os
níveis aceitáveis de confiança.
O mais importante será criar e transformar o sentimento de
pertença e direccioná-lo no sentido da mudança, rompendo com as zonas de
conforto geradas, escaqueirando elos de poder criados nos diferentes sectores empoderados
pelo poder político.
No dia útil seguinte aos 23 de Agosto, a
“calma” no controlo da ansiedade e o “juízo” na tomada de decisões, farão a
diferença.
Pensar em primeiro lugar “PÁTRIA”, pensar “NAÇÃO”
e esquecer por alguns instantes o “PODER”, enaltecerá a filosofia de quem venha
governar. Então, que haja muita calma e juízo suficiente para se fazer a
diferença, porque o País merece… E nós
agradecemos!
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