domingo, 23 de julho de 2017

MÃOS A OBRA... COM MUITA CALMA E COM MUITO JUÍZO

O “binómio” calma e juízo destaca-se de um conjunto de conselhos que Dom. Óscar Braga dirigiu a um dos aspirante a presidência da república às próximas eleições. Na opinião daquele prelado, caso o referido candidato chegasse presidente, vencendo as eleições, precisaria de muito equilíbrio na sua forma de ser, estar e fazer.
Na verdade sim... Para se passar a governar esse país depois de 23 de Agosto e para os próximos 5 anos, não bastará inteligência e nem tão pouco simpatia popular. Será sim fundamental muita calma na tomada de decisões e muito juízo para não se deixar vencer pelos “maus hábitos” do passado.
Falar assim parece fácil e tão óbvio, levando-nos a pensar ser dispensável qualquer conselho. Podia até ser, mas o próximo Presidente desse país terá de ter a hombridade de perceber que o país está a viver uma transição política, económica e social que já não pode ser ignorada.
Com a pré-campanha o debate sobre a projecção futura do país foi lançado. Os discursos políticos reacenderam a esperança da construção de uma plataforma sustentável para o desenvolvimento de Angola.
A percepção com que ficamos e, não muito diferente das constatações anteriores, é que a pré-campanha permitiu que com alguma ponderação, dúvidas fossem levantadas, principalmente sobre a real capacidade dos políticos para a realização dos sonhos e ambições dos angolanos.
Sempre afirmamos, com alguma ousadia a mistura, que com toda a profundidade que se impõe, já se sabe quais são os reais problemas país, já se sabendo, igualmente, o que fazer, qual o caminho a percorrer e, por previsão, quais os potenciais resultados.
Importa destacar, que a liderança política precisa tomar consciência sobre a sua responsabilidade principal de fazer de Angola um espaço bom para se viver.
Ora, um espaço bom para se viver pressupõe, entre outros, que "a vida comece nos municípios", o conhecimento seja valorizado, o tráfico de influência seja combatido e se que acredite que com abertura de mercado e a consequente quebra de um conjunto de procedimentos burocrático, seremos felizes.
Entendemos que definitivamente é chegado o momento de sairmos do “muro das lamentações”, não interessando quem vai liderar o processo (indivíduo e organização),  antes porém, passemos para acções práticas onde o cidadão se torna no centro das atenções!
Assim, com muita “calma” e esmero, a aposta na resolução de cada um dos problemas constatados, que apesar de parecerem poucos, ilustram os indicadores de mudança necessários para a formatação de um ambiente bom para se viver.
Mas também, com muito “juízo”, não se deverá permitir que se volte a cometer o erro de se pensar que será possível crescer de forma equilibrada, concentrando-se apenas numa sala um grupo de “iluminados” que pensa e decide o que é melhor para o país como um todo.
Ainda que de forma ilusória, “precisamos muitas vezes viver uma tempestade para que depois venha a bonança”. Parece uma forma meio romântica de se encarar a vida mas, o seu simbolismo se reflecte na capacidade que pessoas altruístas têm de se auto desafiarem a construir um futuro melhor.
O estoicismo  presente, comporta margens de manobras complexas, muitas vezes cheias de espinhos e níveis de sacrifícios insuportáveis para os cidadão. O que só valerá apenas se o sacrifício servir de garantia para recompensas futuras.
Há sacrifícios a suportar que podem ter implicações sociais muito fortes no curto prazo e como consequência uma baixa na popularidade política. Mas a promoção de expectativas racionais de benefícios futuros será suficiente para garantir os níveis aceitáveis de confiança. 
O mais importante será criar e transformar o sentimento de pertença e direccioná-lo no sentido da mudança, rompendo com as zonas de conforto geradas, escaqueirando elos de poder criados nos diferentes sectores empoderados pelo poder político.
No dia útil seguinte aos 23 de Agosto, a “calma” no controlo da ansiedade e o “juízo” na tomada de decisões, farão a diferença.

Pensar em primeiro lugar “PÁTRIA”, pensar “NAÇÃO” e esquecer por alguns instantes o “PODER”, enaltecerá a filosofia de quem venha governar. Então, que haja muita calma e juízo suficiente para se fazer a diferença, porque o País merece… E nós agradecemos!

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