segunda-feira, 31 de julho de 2017

QUANDO OS POLÍTICOS FALAM EM ÉPOCA ELEITORAL...

A análise transversal que resulta dos primeiros dias de “Campanha Eleitoral” aponta, dado o sentido crítico apurado dos cidadão em relação aos conteúdos e suas abordagens diferenciadas, que os políticos serão exigidos, ao longo do período de campanha, a melhoria constante das suas capacidades e habilidades.
A observação sobre o percurso político de diferentes realidades sociais, grandes personalidades se destacam pela eloquência na forma como abordam os diferentes assuntos políticos, económicos e sociais.
Na actualidade, destaques podem ser referenciados a exemplo de Obama, não só no período da sua campanha, mas também no exercício  das suas funções como Presidente dos EUA, sempre procurou, por via dos seus discursos, contagiar e influenciar pensamentos.
Para a nossa realidade, “chavões” como “O mais importante é resolver o problema do povo”, “Primeiro angola e o angolano sempre” e “Só não erra quem não trabalha”, marcam diferentes épocas de grandes discursos, com seus méritos e adaptações ao contexto.
A parte mais “divertida” da argumentação política em tempo de eleições é a troca de “galhardetes”. Não tem grandes custos com o pensar, bastará ter a capacidade para listar uma série de aspectos negativos e o discurso está feito.
Cada uma das listas candidatas as eleições de 2017 com os seus rótulos vai sofrendo com o desgaste político a sua maneira, cada dia uma história mais triste do que a outra. Algumas críticas são bem fundamentadas e reflectem claramente a realidade passada ou presente da nossa história.
No entanto, o mais importante, no meio disso tudo é que enquanto se vai animando o espectro político com esses miminhos e troca de recadinhos, a praça eleitoral vai sendo contagiada e de forma indirecta se vai mobilizando a participação emocional dos cidadãos.
Bastará observar que as dinâmicas sociais modernas exigem um pouco mais dos políticos, exigem uma adaptação constante à crescente maturidade política do eleitorado, pelo que uma concentração excessiva num discurso crítico, ou pior, cheio de promessas, parece-nos mais fastidioso e pouco categórico.
Como tudo na vida, a perda de tempo é chata, justo porque a recuperação do mesmo é quase impossível, com isso, a leitura mais profunda e necessária que produziria ideias mais concertadas e sustentáveis vai sendo adiada e com isso o tempo para a renovação social vai se esvanecendo.
Hoje, por hoje, os cidadãos angolanos vão dando provas de uma consciência mais activa e a percepção dos seus problemas com uma visão holística das causas e efeitos também são notáveis, logo, mais do que um discurso político cheio de lamúrias, exigem propostas concretas que traduzam soluções possíveis.
O País ganha com políticos comprometidos com as causas da pátria. Políticos que pensam país e não se resumem na constância da vaidade dos cargos e benesses inerentes às responsabilidades que assumem.
Não bastará conhecer a realidade é necessário transforma-la. É necessário influenciar politicas transformadoras que de certa forma nos remeterão no médio e longo prazo para o desenvolvimento que se espera.
Outrossim, a necessidade de se envolver cada vez mais os jovens no processo, primeiro por representarem a grande maioria da população eleitora, segundo porque são perspicazes no cumprimento das orientações políticas, obriga aos políticos o uso da palavra cuidada.
Há claramente uma necessidade de se convencer os indecisos, o que impõe de certa forma a saída da mesmice... Ao que temos percebido até aqui, há poucas novidades já que muitas vezes terminamos o discurso com a sensação de que não agregamos valor nenhum.
De forma transversal, percebe-se nas entrelinhas que o país precisa de reformas profundas e pouco simpáticas que se traduzem acima de tudo num modelo de governação mais participativo;
O país precisa combater a corrupção e diminuir com urgência o protagonismo do estado na economia e com isso permitir a sã concorrência no mercado nacional. Uma aposta necessária que apenas será concretizada com pessoas sérias e comprometidas.
Tal desiderato tem de impor aos políticos com pretensão ao poder, maior profundidade nos seus pronunciamentos, estudos detalhados sobre a nossa realidade, até para que as propostas tenham alguma razão de ser e sejam reais.
Por exemplo, em pleno desequilíbrio estrutural da nossa economia prometer 1.000.000 de empregos, quando o “partido da situação”, que conhece a grande realidade do país promete 500.000 empregos, não só se revela uma aventura eleitoral de “bradar aos céus”, como também se traduz numa autêntica ausência de experiência política.
Por isso augura-se discursos melhores, uma justiça aos nossos ouvidos e uma necessidade que os diferentes partidos políticos têm, se comparada a estrutura política com que concorrem para obtenção do poder.
Entende-se estar-se no começo de um processo que se pretende aguerrido e super competitivo... O principal desejo é que a ética e o civismo prevaleçam durante a campanha para que o fim útil seja a deposição de mais uma pedra nesta grande construção sustentável do nosso jovem Estado democrático de Direito.

Desta feita, o País merece… e nós agradecemos!

domingo, 23 de julho de 2017

MÃOS A OBRA... COM MUITA CALMA E COM MUITO JUÍZO

O “binómio” calma e juízo destaca-se de um conjunto de conselhos que Dom. Óscar Braga dirigiu a um dos aspirante a presidência da república às próximas eleições. Na opinião daquele prelado, caso o referido candidato chegasse presidente, vencendo as eleições, precisaria de muito equilíbrio na sua forma de ser, estar e fazer.
Na verdade sim... Para se passar a governar esse país depois de 23 de Agosto e para os próximos 5 anos, não bastará inteligência e nem tão pouco simpatia popular. Será sim fundamental muita calma na tomada de decisões e muito juízo para não se deixar vencer pelos “maus hábitos” do passado.
Falar assim parece fácil e tão óbvio, levando-nos a pensar ser dispensável qualquer conselho. Podia até ser, mas o próximo Presidente desse país terá de ter a hombridade de perceber que o país está a viver uma transição política, económica e social que já não pode ser ignorada.
Com a pré-campanha o debate sobre a projecção futura do país foi lançado. Os discursos políticos reacenderam a esperança da construção de uma plataforma sustentável para o desenvolvimento de Angola.
A percepção com que ficamos e, não muito diferente das constatações anteriores, é que a pré-campanha permitiu que com alguma ponderação, dúvidas fossem levantadas, principalmente sobre a real capacidade dos políticos para a realização dos sonhos e ambições dos angolanos.
Sempre afirmamos, com alguma ousadia a mistura, que com toda a profundidade que se impõe, já se sabe quais são os reais problemas país, já se sabendo, igualmente, o que fazer, qual o caminho a percorrer e, por previsão, quais os potenciais resultados.
Importa destacar, que a liderança política precisa tomar consciência sobre a sua responsabilidade principal de fazer de Angola um espaço bom para se viver.
Ora, um espaço bom para se viver pressupõe, entre outros, que "a vida comece nos municípios", o conhecimento seja valorizado, o tráfico de influência seja combatido e se que acredite que com abertura de mercado e a consequente quebra de um conjunto de procedimentos burocrático, seremos felizes.
Entendemos que definitivamente é chegado o momento de sairmos do “muro das lamentações”, não interessando quem vai liderar o processo (indivíduo e organização),  antes porém, passemos para acções práticas onde o cidadão se torna no centro das atenções!
Assim, com muita “calma” e esmero, a aposta na resolução de cada um dos problemas constatados, que apesar de parecerem poucos, ilustram os indicadores de mudança necessários para a formatação de um ambiente bom para se viver.
Mas também, com muito “juízo”, não se deverá permitir que se volte a cometer o erro de se pensar que será possível crescer de forma equilibrada, concentrando-se apenas numa sala um grupo de “iluminados” que pensa e decide o que é melhor para o país como um todo.
Ainda que de forma ilusória, “precisamos muitas vezes viver uma tempestade para que depois venha a bonança”. Parece uma forma meio romântica de se encarar a vida mas, o seu simbolismo se reflecte na capacidade que pessoas altruístas têm de se auto desafiarem a construir um futuro melhor.
O estoicismo  presente, comporta margens de manobras complexas, muitas vezes cheias de espinhos e níveis de sacrifícios insuportáveis para os cidadão. O que só valerá apenas se o sacrifício servir de garantia para recompensas futuras.
Há sacrifícios a suportar que podem ter implicações sociais muito fortes no curto prazo e como consequência uma baixa na popularidade política. Mas a promoção de expectativas racionais de benefícios futuros será suficiente para garantir os níveis aceitáveis de confiança. 
O mais importante será criar e transformar o sentimento de pertença e direccioná-lo no sentido da mudança, rompendo com as zonas de conforto geradas, escaqueirando elos de poder criados nos diferentes sectores empoderados pelo poder político.
No dia útil seguinte aos 23 de Agosto, a “calma” no controlo da ansiedade e o “juízo” na tomada de decisões, farão a diferença.

Pensar em primeiro lugar “PÁTRIA”, pensar “NAÇÃO” e esquecer por alguns instantes o “PODER”, enaltecerá a filosofia de quem venha governar. Então, que haja muita calma e juízo suficiente para se fazer a diferença, porque o País merece… E nós agradecemos!

terça-feira, 11 de julho de 2017

A CORRECÇÃO DO QUE ESTÁ MAL COM ESCOLHAS ACERTADAS

O slogan “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem” é transversal a todos. Aos políticos, a sociedade civil organizada e todo o cidadão comprometido com a pátria, não pudendo ser entendido como um ónus de quem venha sair vencedor das próximas eleições.
As expectativas em torno do saber fazer do próximo Governo revela, visivelmente, a necessidade de se elencar um conjunto de variáveis prioritárias, com enormes implicações ao nível da responsabilidade social e do desenvolvimento do país.
Numa combinação perfeita entre os diferentes interesses, a capacidade de quem venha a governar de fazer do exercício do poder um projecto nação inclusivo, permitirá que para cada acção se indague até que ponto os objectivos previamente seleccionados expressarão os anseios da colectividade;
Isto é, para além das questões éticas que estão em jogo quando se escolhem os objectivos da política económica por exemplo, há uma multiplicidade de aspectos técnicos que exigem soluções racionais e um equilíbrio nas decisões.
Outro sim, a limitação de recursos com o agravante da situação económica que vivemos, nos remete a necessidade de escolhas prioritárias, já que não será possível a realização simultânea de todos os objectivos básicos previamente selecionados o que pode gerar diferentes conflitos.
O debate com profundidade sobre o crescimento económico sustentável e ideal para Angola, não é só uma demostração de vitalidade da economia, mas também, é uma exigência para a correcção de diferentes problemas   de que são exemplo o desemprego estrutural dos recursos disponíveis.
Pena será continuarmos a olhar para a necessidade do crescimento económico apenas como uma espécie de panaceia para todos os problemas económicos, ou até como mera afixação de metas ambiciosas.  
O crescimento é um objectivo a atingir por condicionar não só a formulação da política e da programação económica, mas também, e acima de tudo, por subordina as demais diretrizes da política pública às suas metas.
Por exemplo qualquer agenda nacional para o desenvolvimento deverá dar ênfase a expansão do nível de emprego, a elevação da renda per capita e a consequente melhoria do bem estar e dos padrões materiais de vida, com beneficio sociais directamente associados a promoção de um país saudável para se viver.
Nestes termos, os objectivos de crescimento deverão figurar nos planos de qualquer um dos concorrentes ao cadeirão máximo da próxima governação como prioridade, ainda que seja apenas como garantia da estabilidade económica que se impõe.
Sabemos todos, que não importa a estrutura a ser definida, se não for condiciona pela melhoria dos padrões de comportamento no plano político e cívico, notadamente quanto aos processos de formação e de escolhas dos agentes públicos e ainda, quanto a ética das relações entre os grupos dirigentes e destes com os grupos dirigidos.
A “correcção do que está mal” é sim uma das condições para o progresso. Como tal, não será condição suficiente, se entendermos que o êxito depende das melhores decisões e de uma boa integração na combinação dos recursos disponíveis e as atitudes dos agentes com responsabilidades públicas.  
Não basta olharmos para a disponibilidade de recursos naturais como uma bandeira. Embora relativamente abundantes, trabalham sob baixas condições de produtividade e produzem ganhos que podem ser nulos.
É importante mesmo melhorar a condição de vida do cidadão e corrigir a falta de motivação para o progresso individual do angolano.
A extensão da estratégia de desenvolvimento a longo prazo para Angola se fundamenta na elaboração da política nacional de distribuição espacial da população, na elaboração do plano nacional de ordenamento territorial, na melhoria das práticas da gestão pública e na consolidação de uma governação económica eficiente.

Desta feita, o País merece… e nós agradecemos!

  PAIDEIA: DO CAOS À SIMPLIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO A justificação veio dos principais gestores de alguns bancos da nossa praça, segundo ...