segunda-feira, 22 de maio de 2017

ENTRE O PESSIMISMO E O OPTIMISMO... VER PARA CRER...

Não faço parte do grupo dos pessimistas.
Não me conformo com a ideia de que “não recai sobre mim a responsabilidade de mudança pró-desenvolvimentista do país”... nem me convence a ideia segundo a qual, de nada vale qualquer tentativa de se pensar positivo. Mas também não sou ingénuo…
 As incertezas são inerentes à vida. Sabemos que por maior que seja o desejo em encarar a vida com optimismo, o aguçar da nossa sensibilidade com o passado, cultiva em nós fortes influências cépticas e resistentes ao comprometimento com o futuro.
Neste sentido, como não duvidar da capacidade de “fazer diferente” se, por muitos anos, marcou-se a vida do país com ausência de uma “agenda comum” e com posturas assustadoras de trocas de favores, “amiguismo” e sem o mínimo de respeito pelo sentimento e anseios da grande maioria dos angolanos?
Fazendo mal, a seu jeito e sem o mínimo de clareza nos procedimentos, as organizações tiveram sucessos aparentes, as pessoas se tornaram ricas e famosas e “impérios” foram construídos... quem me garante que o futuro será diferente?
A dor é maior, quando observamos que os vectores para mudança, ou mesmo os agentes com capacidade para promover a mudança, concorrem facilmente para as agendas de curto prazo e para práticas  completamente fora do que é tecnicamente aconselhável.
Por exemplo, uma das primeiras linhas que os manifestos eleitorais dos diferentes partidos políticos deveriam trazer, é a promessa e a definição de uma estratégia de como se vai eliminar o fosso entre o que se diz e o que se faz.
Uma característica quase que comum para a determinação de um país subdesenvolvido decorre de uma total falta de consideração pelos seus cidadãos e de uma quase que total incapacidade dos políticos de influenciar mudanças de paradigmas.
Tudo porque na generalidade, os políticos estão mais preocupados com o interesse das organizações que representam do que com a listagem dos grandes problemas sociais e económicos a serem resolvidos.
Determinada corrente defende que tal comportamento decorre do facto de que apesar do patrimônio público pertencer aos cidadãos desse país, o governo não depende diretamente dos impostos pagos pelos cidadãos, mas sim da exploração directa dos recursos naturais ou mesmo de financiamentos externos.
O clamor por uma sociedade mais justa persiste, deixando clara a necessidade de se engendrar um conjunto acções de diminuição do hiato entre ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres.
Não interessam discursos, pior um pouco palavras escritas num manifesto. Urgente mesmo serão acções e isso vai acontecer quando entre o desejo de quem quer governar e a sua capacidade de respeitar os governados haja algum equilíbrio.
Minha compreensão baseada nos sinais de mudança da mentalidade política da generalidade dos angolanos, permite-me afirmar que as exigências do povo angolano pelo melhor é cada vez mais acentuada e, com isso, o estado de espírito de saturação;
Sinceramente, com o devido respeito aos grandes optimistas desta pátria, não acredito na ladainha de que os angolanos são excessivamente conformados.
Acredito sim, que seria uma má leitura, interpretar o grau de sensibilidade dos cidadão hoje, com base em indicadores do passado... Penso que a transição política que vivemos, transporta consigo o lançamento de sinais de “cobranças” pouco pacíficas no futuro... não importando quem venha a governar!
O optimismo do cidadão, do empresário e de outros actores comprometidos com a construção de um “país bom para se viver”, não se conquista com decretos e nem com a concentração, numa sala, de um grupo de “iluminados” que pensa e decide o que é melhor para o país;
No primeiro dia útil seguinte às eleições, os angolanos como um todo, precisarão arregaçar as mangas e pôr as mãos ao trabalho. Mas, até lá, será preciso dar sinais de que dessa vez, facilmente se traduzirão as ideias agradáveis para a prática!
Promessas fazem parte do cliché dos políticos, por isso, fazer diferente é uma opção que se impõe… Pensar em primeiro lugar PÁTRIA, pensar NAÇÃO e esquecer por definitivo apenas PARTIDO e PODER... enaltecerá a filosofia de quem vai governar.
A “reza não se ensina aos padres” mas, a certeza de que acima das promessas eleitorais, precisamos o cumprimento “obrigatório” do dever, faz-se ingrediente infalível para a garantia de expectativas positivas, não podendo, por essa razão, ser ignorado.

O país merece… e nós agradecemos!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

ENTRE CRÍTICAS FUNDAMENTADAS E PROMESSAS PRÁTICAS... INTERESSAM-ME PROPOSTAS REAIS...

Numa situação de precariedade a que foi relegada a economia de Angola, falar de eleições impõe grandes reflexões, justo porque uma questão se coloca a todos os níveis: com que recursos se vai costurar o país nos próximos cinco (5) anos?
Num momento em que todas as projecções concorrem em desfavor da economia de Angola, qualquer desafio político, económico e social, deve ser relacionado não só as limitações de recursos, mas também, as tensões sociais que dela decorrem.
No âmbito da competitividade dos partidos políticos em tempos de eleições, põe-se sempre em causa as suas reais capacidades de influenciar atitudes e de concretizar programas. Dizem os manuais que a capacidade efectiva dos partidos que concorrem é determinante para um exercício democrático efectivo e digno representativo.
Desta feita, a reflexão sobre o fortalecimento dos partidos políticos no cumprimento de suas funções objectivas e democráticas num contexto eleitoral, ocorre a partir da análise das organizações internas dos mesmos e, da adaptação que demostram ter as pressões do ambiente externo.
Quem se propõe concorrer para governar Angola, não pode passar ao lado de determinados desafios que se impõem no dia a dia dos angolanos e que constituem hoje, como factores mais do que relevantes para condicionar qualquer sistema de governação a ser implantado.
Aquilo que realmente os eleitores querem ouvir dos potenciais candidatos a governação deste grandioso país é a apresentação de soluções reais de problemas candentes que existem e prejudicam fortemente a condição de vida dos cidadãos desse país.
Aos eleitores o que interessa mesmo é saber:
- Que proposta concreta existe para contrariar, nos próximos 5 anos, as projecções do Banco Mundial e FMI em relação ao crescimento económico de Angola que ficará muito abaixo de 1,5% o que de certa forma influenciará negativamente no bem estar das famílias angolanas;
- Que soluções evidentes teremos para o saneamento básico, um problema grave que afeta as 5 grandes cidades do país (Cabinda, Luanda, Benguela, Huambo e Huila), já que os projetos de requalificação existentes, para além de serem muito caros, já demostraram fraquezas de efectivação concreta;
- Como se pretende resolver o problema das assimetrias regionais... uma das grandes culpadas pela má distribuição espacial da população, da deslocalização dos investimentos privados e da precariedade económica de diferentes províncias em Angola;
- Como se vai aumentar os níveis de eficiência produtiva das três grandes linhas estruturantes do Caminhos de Ferro que praticamente se tornaram em grandes “monstros adormecidos”;
- Como tirar proveito dos mais de 200 mil licenciados existentes (dados do Censo 2014) e dos novos licenciados que todos os anos são dispostos no mercado de trabalho, muitos dos quais com formação totalmente desenquadrada das reais necessidades actuais do mercado;
- Que estratégia está direccionada para o elevar do rendimentos de uma classe social que se parece com a "classe média" de outras paragens, sabendo que foi ela quem empregou as domésticas, solicitou serviços e gerou pequenos negócios em tempos de “vacas gordas” que agora está literalmente falida e completamente desestruturada;
- Como serão criados mecanismos de eliminação dos “elos de ligação” e combate ao protagonismo dos agentes públicos com ou sem cargos de relevância na gestão pública, já que são eles os principais vectores da corrupção;
- Que capacidades serão engendradas na dinamização do Sistema Financeiro de formas a fazer dele uma verdadeira plataforma de sustentação do crescimento económico nacional;
- Quais as soluções possíveis com a Saúde que não cura e com a Educação que não educa... causas principais do elevado custo de contratação da mão de obra e da negatividade dos indicadores sócio-demográficos; 
- Como serão formatados os corredores agrícolas... e a consequentemente diminuição do custo da cesta básica... principais causas de pobreza e do desequilíbrio da Balança comercial;
- Que desafios existem com a seca no Cunene e o contraste entre a posse de um activo económico importante familiar (o gado), que resume-se apenas num princípio cultural, mas que pode servir de base para a produção de riqueza não só local, mas acima de tudo para a economia nacional.
São apenas alguns exemplos de situações concretas que apesar de passivos da governação quase que passada, estão aí, existem e afectam negativamente o bem estar das famílias e precisam urgentemente de respostas. 
Quem se propõe a governar esse país terá de ter a hombridade de se desafiar a propor mais soluções do que críticas fundamentadas.
Com frequência, constatamos, na abordagem que os principais partidos fazem, quando confrontados com questões de relevância política, económica e social, evidências nos rementem a uma percepção onde o foco das atenções se circunscreve na troca de galhardetes entre si, perdendo o foco principal do processo: O Cidadão eleitor.
Claro que enquanto isso, as reais preocupações do cidadão não são atendidas e propostas concretas que traduzem a realização “de sonhos” em realidade, vão sendo postergadas a Deus dará.
Só por isso, sugerimos que o melhor mesmo é deixarmos de brincar aos partidos... pois, mais do que expectativas vazias, isso tem custos para o erário público.

Arrisquemo-nos a progredir... O País merece e Nós agradecemos!

  PAIDEIA: DO CAOS À SIMPLIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO A justificação veio dos principais gestores de alguns bancos da nossa praça, segundo ...